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Ele (não) gosta de você.

 

      Ele não gosta de você, ele gosta da facilidade que é estar com você, ele gosta de se sentir poderoso o suficiente para te fazer tremer toda vez que ver ele, gosta de como não tem que ouvir nada sobre seu dia, nem ocupar a cabeça dele com os seus problemas, porque no fim das contas, mesmo que você conte tudo a ele, ele não dá a mínima. Ele não gosta de você, ele gosta de te ter, gosta de marcar encontros escondidos, no meio da noite, gosta de te esconder e colocar na sua cabeça que aquele é um lugar de vocês e que ninguém deveria estragar, certo?
     Eu digo sempre a ele que eu não deveria chorar tanto por coisas tão bobas, ele concorda, me diz a mesma coisa. Mas, você não deveria me salvar quando eu me culpasse por aquilo que eu sou? Você sempre me pergunta sobre meus medos, do que tenho medo, por que não te deixo entrar, e então quando eu deixo, você estraga tudo, um vez, duas vezes, de novo e de novo, e você ainda dizia que não tinha essa capacidade, mas você sempre soube a verdade.
       Você não gosta de mim, você gosta da menininha que se veste bonitinha e fala baixinho só para que você possa falar mais alto e mais confiante perto dela, da menininha que não conversa com você sobre suas preocupações, ou sobre as dela, sobre seu futuro ou sobre o dela, você gosta da menininha que se senta na sua frente, deixa você roubar beijos, olhar pro chão com vergonha e depois te faz rir com uma piada idiota, só para que você se sinta mais inteligente do que ela, quando na verdade você não é, todo mundo sabe disso.
      Você gosta de dar uma de herói para princesas que não estão indefesas, porque é nisso que você é bom, certo? Em ser o cara perfeito para passar um tempo e fugir assim que as coisas ficarem sérias demais para sua rotina de fuckboy perfeita. E então, depois de vários textos para você, de perder uma viagem incrível, porque estava no celular me preocupando com você, de te odiar das várias formas que você me fez te odiar, você volta, não pela primeira vez e nem pela segunda, essa também é sua habilidade, você usa minha vida como porta giratória para satisfazer a sua vontade de permanecer e ir quando bem quer, sem se importar com quem mora na casa.
- Oi. - Você diz e então acha que com isso pode fazer tudo desaparecer.
- Quem é? - É tão mais fácil fingir que não te conheço, que não te procurei por aí, que não escrevi sobre você e que não importunei meus amigos com todos os detalhes sobre você.
- O amor da sua vida.
Sério que você ainda tem essa coragem? Não fale de amor comigo quando você não faz a mínima ideia do que isso significa cara, eu não estou disposta para esses joguinhos, eu ainda acredito em amores de vida, você com certeza não é ele. Amém... Eu te falo que me magoei, te falo que senti sua falta, porque é tão fácil para mim se abrir quanto aos meus sentimentos, falo que ainda sinto algo por você, mas não, não quero tentar de novo, não me peça mais a milésima chance, não há racionalidade em fazer isso, você é ruim para mim e a gente não funciona, eu simplesmente não sou sua prioridade, eu simplesmente não interesso, eu deveria pedir desculpas por isso? Eu deveria mudar por você? E então, mesmo que eu mudasse, eu sabia que você me abandonaria no dia seguinte sem nenhuma explicação, porque o problema não está em mim.
- Mas eu gosto de você.
- Não, você gosta do fato de nunca ficar sozinho, você gosta de me controlar como sua marionete, sua bonequinha perfeita, você gosta de ter quem te encontre segunda-feita à noite, quando ninguém mais está disposto. Você não gosta de mim, você gosta da ideia de ter alguém que gosta de você.
É isso. Espero que compreenda sua necessidade de companhia um dia e nunca mais faça isso na vida de ninguém.
Aproveita e vai se foder.
Sem ressentimentos.

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