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4 de outubro


 


Eu sempre fui dele, ele foi a única pessoa que me teve e ele não sabe disso. Não sabe que eu voltaria, que eu ainda o amaria se ele pedisse para eu ficar. Mas ele nunca pediu. Eu sempre fui dele, nos piores e melhores dias dele, mas ele não me quis por perto, eu o afastei e ele parece agradecido por isso, eu não ocupo mais lugar na vida dele e tudo bem por isso, porque outra pessoa deve estar ocupando melhor do que eu. Mas, eu sempre fui dele, por inteira e por completo, esperei a data certa para aparecer, para falar com ele, mas ele não ligou, eu vou sobreviver a isso? Porque eu sempre só soube ser dele e isso não parece mais muita coisa para ele, nem pra mim e era tudo o que eu queria ser. Eu poderia ser tudo e de quem eu quisesse, mas era dele, nos dias de choro e grito, ainda era ele que eu achava que amava e que devia passar o resto da vida. Eu ainda amo ele, ainda tem um restinho de amor, e o restinho de amor que tenho por ele é o amor mais bonito que eu tenho dentro de mim, um amor ainda inocente, singelo e gentil como um coração branco pronto para viver tudo, tudo o que foi bom, sem tanta mágoa, sem tanta briga, sem tanto feito, sem tanto rancor. Mas, eu não posso mais, porque eu não sou mais dele e ele nunca foi meu, ele esteve comigo, mas nunca foi meu, ele nunca se entregou como eu me entreguei e por isso ele foi embora tão fácil, ele não deixou nada dele por aqui, eu deixei minhas partes por ele todo e deve ser por isso que eu continuo voltando para ele. 

Eu continuo querendo que ele não me deixe, quando isso já aconteceu há muito tempo e não há como recuperar, eu tento entender que se tivesse com ele eu estaria adiando nosso término, mas também entendo que não estaria tão sozinha quanto estou agora. E continuo sozinha e às vezes choro 5 dias seguidos porque a bipolaridade não me deixa em paz, ele sempre disse que entendia, mas nunca entendeu, nunca me entendeu e ainda assim, eu sempre fui dele. 

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